quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Cronica da prisão


FICÇÃO:
Tratava-se de um homem simples, bom, que fora apanhado nas malhas da justiça. Era assim que os amigos se dirigiam, quando falavam dele.
Na realidade ela matara uma mulher. O juiz não teve dúvidas. Estava escrito que o crime de homicídio era punido com prisão. Prisão efectiva.
Quando abandonou a prisão, depois de cumprida a pena de dezasseis anos, Fernando era outro homem. Mais amargo porventura, mais distante dos outros, sem contudo sentir ódio. A privação da liberdade, custara-lhe muita dor solitária, onde a partilha perdera o sentido e era contrariada pelo estar só. Edificara muros a sua volta. Iria recomeçar tudo de novo. Nesse dia de Setembro, quando o sol ainda subia no horizonte, Fernando sente-se desfalecer, numa solidão que tantas vezes jurara abandonar. Num relance revê o passado e sacode com energia os ombros, como para se libertar daquela carga que tanto o tinha atormentado na prisão. Iria em frente com a vida, como prometera a advogada Clara, e esse dia chegara.
Ele crescera do nada. De família pobre, pobre continuara. Um dia conheceu Alice, vendedora de flores na praça. Fizeram planos, juras, e Fernando sente a vida a sorrir-lhe. Aí sim, o seu sorriso começou a alargar, e só terminou quando descobriu que Alice o traíra com outro homem. Matara por amor, defendeu a sua advogada em tribunal.
Para a advogada Clara, aquele caso, mostrara-lhe o carácter de um homem que ela julgava não existir. Aquela paixão que revelara em tribunal, a convicção com que falava da felicidade era tocante, não pela ingenuidade, mas sobretudo pela verdade que colocava nas palavras. Acreditara no amor, que o havia de trair. Dera tudo o que tinha a Alice, e ela tudo lhe roubara, desabafava ele. Era pungente aquela verdade fria.
Clara não resistiu a fazer-lhe algumas visitas durante a privação da liberdade. Sempre o achou resignado, a pena tinha sido justa dizia ele. Alice estava morta, penalizava-se por isso.
Nesse mesmo dia de Setembro, um telefonema de Clara, marcava um encontro agora fora da prisão.
Ela sabia que tinha sido justa aquela defesa, por isso foi gratificante o passeio, ao fim desse dia de Setembro com o seu ex-cliente.

Válter Deusdado

5 comentários:

  1. Querida amiga Ilda !!!!!!!!!!!!

    Muito me honrou a sua visita ao meu Blog.
    Obrigado pelo carinho para comigo e meus
    Trabalhos. Seu Blog é também muito bacana.
    Gostei de tudo que vi. Ótimas crônicas. Está de parabéns. Já
    Sou seu seguidor.
    Beijos de luz!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

    POETA CIGANO – 12/03/2013

    http://carlosrimolo.blogspot.com
    “Poesias do Poeta Cigano”

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  2. Cara amiga Ilda !!!!

    Passando por aqui para lhe agradecer a visita e, deixar meu abraço, carinho e, lhe desejar uma feliz. Páscoa.
    Beijos de luz!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

    POETA CIGANO – 27/03/2013

    http://carlosrimolo.blogspot.com
    “Poesias do Poeta Cigano”

    Obs: Estou sentindo a falta do selinho identificador
    Do meu Blog. no seu espaço. Pegue-o, será uma
    Grande honra para mim!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!


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  3. Passando novamente por aqui, ohhh vim procurar a continuação dessa historia... Fiquei imaginando várias situações, rsss - Um abraço carinhoso

    Paty Alves
    Ágape Amor Verdadeiro
    Patyiva
    Vou Conseguir

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